Mais do mesmo, pela quinta vez
Chegou aos cinemas brasileiros mais um filme da saga Piratas do Caribe. Com estreia no dia 26 de maio, “Piratas do Caribe: A Vingança de Salazar” traz uma nova geração de personagens que se alia aos veteranos dos primeiros filmes.
Da redação do SICOM – PET, Victória Rangel
O filho de Will Turner e uma jovem intelectual condenada por bruxaria, interpretada por Kaia Scodelario, são as novas apostas do quinto filme da saga – que teve início em 2003 – além da inserção do ator espanhol Javier Bardem no papel de vilão da história.
A muito comentada atuação de Johnny Depp corresponde às nossas expectativas para a personagem peculiar, bêbada e cheia de trejeitos do capitão Jack Sparrow, que não surpreende, contudo. Sparrow não é a personagem mais importante deste filme, delegado a um papel quase decorativo. Orlando Bloom e Keira Knightley retornam à tela, mesmo que para uma aparição curta, assim como Capitão Barbossa, personagem de Geoffrey Rush.
Durante o filme, não faltam: o famigerado par romântico, a busca por um artefato místico e cenas memoráveis de batalhas marítimas. Características marcantes de sua produtora, a Walt Disney Pictures, que recordam o estilo do primeiro filme, “Piratas do Caribe e a Maldição do Pérola Negra”.

Capitão Salazar, personagem que dá nome ao título brasileiro do filme, é um morto-vivo preso no fundo do mar com planos de vingança contra Jack Sparrow, responsável pela prisão que o amaldiçoa.
O jovem Turner, empenhado em libertar seu pai da maldição do Holandês Voador a que é submetido no terceiro filme, “Piratas do Caribe: No fim do mundo”, procura um artefato supostamente capaz de conceder total controle sobre as águas marinhas a quem o possuir, o Tridente de Poseidon.

A história central é acompanhada de ideias paralelas que não são muito bem desenvolvidas. Ao que tudo indica, os diretores decidiram privilegiar alguns elementos do filme em detrimento de outros mais importantes, como a descoberta que Carina, a personagem de Scodelario, faz de uma pista importante para a sua busca que une Jack Sparrow e Henry Turner.
A produção, dirigida por Joachim Rønning e Espen Sandberg, teve orçamento de US$ 230 milhões, e não é à toa que os efeitos visuais são a obra-prima do filme, pecando apenas na tentativa de rejuvenescer Johnny Depp para representar um Jack Sparrow jovem.
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A ausência de Hans Zimmer, responsável pela trilha sonora de Piratas do Caribe durante as quatro primeiras produções, não inova, mas também não nos decepciona. A função de compositor principal do filme foi delegada a seu colega, Geoff Zanelli, que manteve o estilo épico e motivador imprescindível à composição das cenas na narrativa.
Para um programa familiar, “Pirates of the Caribbean: Dead Men Tell No Tales”, em tradução livre, “homens-mortos não contam histórias”, é uma boa escolha. Mesmo com a história já saturada, poderia ser classificado como uma boa produção, mas incapaz de surpreender o espectador.